segunda-feira, janeiro 16, 2006

O Pescador que perdeu as Graças do Mar

Ao meu Pescador
que, tal como o Marinheiro de Mishima,
perdeu as Graças do Mar...



[...]
"Largando rolos de fumo negro, um barquinho passava no horizonte.
Ele podia ter estado a bordo daquele navio.
Eu podia ter sido um homem que partiu para sempre.
Tinha-se cansado e agora, lentamente, começava a acordar para a imensidão do que abandonara.
As escuras paixões das marés, o rugido duma onda, a avalancha das vagas quebrando-se contra um recife...
uma glória desconhecida chamando-o incessantemente da negrura do alto mar, era a glória confundindo-se na morte e numa mulher, a glória de fazer do seu destino uma coisa especial, uma coisa rara."
[...]

[...]
"Sempre imerso no seu sonho, bebeu duma vez o chá morno.
Estava amargo.
A glória, como sabeis, é uma coisa amarga."







Excertos de "O Marinheiro que perdeu as Graças do Mar", de Yukio Mishima

1 comentário:

João Villalobos disse...

Magníficas imagens! A primeira e a última em especial.