segunda-feira, outubro 01, 2007

Luz d'Outono

Laughing Whitefish State Park Upper Peninsula Michigan Fall colors 2005
No entardecer nostálgico d'Outono
calmo, de luz doirada, transparente,
na mística e doce luz do sol poente,
naquela paz descanso, me abandono.
Longe, no horizonte vai o sol morrer,
somente uma poalha d'oiro anda no ar;
e na penumbra me perco a procurar
sempre a mesma luz, outro amanhecer.
Um crepúsculo, agora, me adormece
naquela vaga luz quando anoitece
se não me acordam fortes vendavais.
Luz que sendo tão frouxa, indefinida,
nela durmo o sono breve desta vida,
com medo de acordar cedo de mais.
Maria Teodora, 2003

25 comentários:

Graça Pires disse...

Este soneto de Maria Teodora é, como os outros que já publicaste aqui, muito bonito. Não é só a sensibilidade, mas a delicadeza das palavras. Um beijo.

rui disse...

Olá Maria

É Belo!
É belo o poema e a música que nos embala nestas palavras de luz de Outono.
Abandono total!

Beijinho, Maria

Teresa Durães disse...

(já me acordaram...)

Rosa dos Ventos disse...

Quem sou eu para poder comentar semelhante beleza?
Abraço

mixtu disse...

luz de estação
castanha
luz fusca
luz de vida, de limpar...

poesia

abrazo europeo

bettips disse...

Maria C.: se neste momento fores a L. verás como falo do abraço que se estende, inglório, puro. Estranho que seja "estranho" dá-lo a quem se tem no pensamento.
Como um ninho. Beijos meus

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Esquema abba abba ccd eed muito petrarquiano. Mas o poema tem uma musicalidade espantosa, apetece cantá-lo.

"Calmo", "descanso", "abandono", que languescência tão outonal [em sentido naturalista, e também metafórico].

"Vai o sol morrer", como quem diz vai o menino para a cama, amanhã é outro dia ("outro amanhecer").

A luz, sempre a mesma procura (o Lumen Naturale ?)

António Melenas disse...

Belíssimo soneto (a minha forma de poema preferida) sobre o Outono (aminha estação preferida

___
obrigada, Amiga
pelas tuas visitas e pelas palavras que deixas
Um abraço

APC disse...

Magnífica, a composição de Outono, o sentimento!... Como se toda a vida pudesse estar num só momento.

Naquela paz descanso, me abandono (...)
Com medo de acordar cedo de mais.


Da métrica à poética, da poalha d'oiro que nos espalha pela alma... Por tudo isto, e ainda mais pela imagem, de uma beleza indescritível!

Que bela, mas que bela Luz d'Outono!

Um abraço outonal! :-)

FERNANDINHA & POEMAS disse...

Olá, linda poesia neste blogue.
Parabéns!
Beijinho,
Fernandinha

M. disse...

Belíssimo, Maria!

Anónimo disse...

A Maria Teodora sente o Outono duma maneira maravilhosa! É assim o Outono, calmo, duma cor única mas melancólico.
A música não podia ser mais apropriada.

Lúcia Laborda disse...

O outono traz sempre uma nostalgia que não sabemos o motivo, mas sem a menor dúvida é perfeito, lindo!
Beijos

vida de vidro disse...

Belo e nostálgico como o Outono, a estação de que mais gosto. **

carteiro disse...

E chegámos mesmo ao Outono, que através das folhas e de todas as cores nos faz despertar para outro mundo dentro do nosso. Onde os sonhos são diferentes e não menos belos.
O soneto é lindo, e dizê-lo assim é demasiado redutor. Talvez seja mais digno dizer que também sinto uma luz assim. Mesmo não sabendo se ainda a procuro, se a tenho só em sonhos ou se nunca realmente me largou.

jorge esteves disse...

Curioso: acho que o soneto é a melhor forma de adequar a Poesia ao Outono...
E este, prova-o!
Abraço.

Anónimo disse...

Muito bonito
João Norte
intro.vertido.weblog.com

Maria P. disse...

Belíssimo, simplesmente.

Beijinho*

Maria disse...

É belo, muito, tanto....
(posso ficar a ouvir o piano?)

Beijo, Maria

Anónimo disse...

Olá minha amiga! Passei pra deixar beijinhos e desejar uma feliz semana!

rui disse...

Olá Maria

Vim espreitar e reler estas palavras que brilham na sua harmonia.
A música é um encanto!

Beijinho

O Profeta disse...

Magnifico texto...é impressionante a forma simples com que dizes tanto...


Doce beijo

APC disse...

"Sonhos que sonhei, onde estão?
Horas que vivi, quem as tem?
De que serve ter coração e não ter o amor de ninguém?

Beijos que te dei, onde estão?
A quem foste dar o que é meu?
Vale mais não ter coração do que ter e não ter, como eu".


(Sol de Inverno, na voz de Simone de Oliveira)

Lúcia Laborda disse...

Passei pra reler e deixar beijinhos.

Anónimo disse...

Querida Fami,
uma vez mais espreitei o teu blog, como o faço com a frequência possível, embora nem sempre me manifeste. Os olhos lêem, a alma sente, mas as palavras não saem...
No entanto, queria mandar por ti um beijinho muito especial à tua tia por mais esta pérola magnífica envolta nas maravilhosas cores do Outono e dizer-lhe como a entendo bem... E que lindo este som com que nos brindas e que eu defruto gulosamente durante o dia, mesmo que não consiga ler tudo o que escreves. Obrigada.
Um beijinho, da
MF