sexta-feira, julho 13, 2007

Mar de Esperança

Fotografia subordinada ao tema "brancura", publicada no PalavraPuxaPalavra em 12-07-2007




Não sei que existe em ti que me fascina,
trago na boca este sabor a mar;
se nas tuas ondas esgoto o meu olhar
a força do teu canto me domina.

É de ti que me vem esta ansiedade
porque acredito na tua cor de esp'rança;
és tu que me transformas em bonança
se cá dentro me agito em tempestade.

No marulhar constante me baloiço,
descubro em ti segredos quando oiço
a tua voz segredar-me o que não digo.

E enquanto olho o vai-vém das águas
à espera que leves estas mágoas,
sou gaivota perdida sem abrigo.


(Maria Teodora - 1980)

32 comentários:

Paula Raposo disse...

Um poema belíssimo com uma excelente fotografia! Beijos.

APC disse...

Pura e simplesmente MARAVILHOSO!
A articula�o das palavras, o seu sentido sentido, o impacto que causa, o amor que as ondas trazem com elas...
Gostei. Adorei. Vai muito comigo. Diz o que gosto de ler. E � um casamento perfeito, o destas letras com a tua magn�fica imagem ("brancura" era um bel�ssimo tema, n�o achas? Tive pena de n�o ter participado!).
Uma vez mais e sempre, uma edi�o de grande qualidade!!!
Deixo um abra�o, tamb�m de grande qualidade! :-P

Amita disse...

Que beleza de soneto, Maria.
Obrigado pela partilha desses dois mares nele contido.
Esta tua amiga que tantas vezes vagueia no tempo sem tempo, finalmente cumpriu o desafio.
Com muito carinho, um bjinho grande, uma flor e um fim-de semana lindo

Anónimo disse...

Maria, fiquei fascinada com o teu mar como disse no PPP. O mar para mim é tudo! O soneto que publicas hoje também é de alguém a quem o mar diz muito. Aproveito para agradecer a tua visita ao meu blog.

Rosa dos Ventos disse...

O mar é para mim...fascinação...
Este soneto entrou-me bem fundo!
Bela foto!
Abraço

Graça Pires disse...

"E enquanto olho o vai-vém das águas à espera que leves estas mágoas,sou gaivota perdida sem abrigo."
Maria, continuo fã da tua tia...
Este soneto tem tudo o que eu gosto:mar, gaivotas e muito amor.
Um beijo e bom fim de semana

Anónimo disse...

"Aquele mar que vês além
é sempre o mar da tua infância
é sempre o mar da tua Vida."
João de Barros

Anónimo disse...

Li num dos comentários que a Maria Teodora, autora do lindo soneto é tua Tia. Esta não conhecia.

M. disse...

A fotografia e o poema são lindíssimos. Um prazer para os olhos, Maria.

sonhadora disse...

Desejo-te um bom domingo e deixo-te beijinhos embrulhados em abraços.

bettips disse...

Rosmaninho disse bem. E tu cantaste-o melhor, com água bordada e longe, longe que nos levam as palavras de M. Teodora. É fascinante ler estes teus apontamentos de vida, na vida. Bjinho

Anónimo disse...

Olá, claro que vou voltar, tenho por vezes estes pasmos de ansiedade e parto para uma escrita de tragédia.
Gostei do seu poema.
Abraço...

Anónimo disse...

Muito lindo o poema! As mágoas passam, sim.
Boa semana!
Bjs

Maria P. disse...

Belíssimo!
Este tema no PPP deixou uma colecção de fotos maravilhosas, um encanto para a alma.

Beijinho*

Isabel José António disse...

Querida Amiga Maria,

Que poema belíssimo e ternura e musicalidade. Parabéns a quem o postou e a quem o fez.

Como prenda deixo aqui um outro meu, que por sinal foi feito hoje:

O MAR

Hidrogénio que te misturaste
Com oxigénio e cloreto de sódio
Há milhões de anos que maturaste
O que existia em Vida, sem ódio

Cósmica infinitude que a és
Os primórdios da vida na Terra
Percorres o Cosmos de lés a lés
Multifacetando a vida que encerras

Mar que guardas os teus segredos
Dos olhos de todos os curiosos
E só quem enfrentar seus medos
Poderá desvendá-los tão gloriosos

Mas que acalmas quem te observa
Que enfurecido tudo revolteias
Englobando tudo, tudo, sem reserva
Mais forte que fogo que não ateias

Mar da vida e do silêncio oculto
És na Terra o grande espaço sideral
No teu âmago abraças todo o vulto
Qual buraco negro do TODO Universal

Um grande abraço

José António

Rodrigo Fernandes (ex Rodrigo Rodrigues) disse...

Maria Teodora volta a atacar.

Viva. Para começar um beijinho para a tia, outro para a sobrinha que merecia só pela tia que tem.

Maria Teodora, "a força do teu canto me domina."

Há um não sei quê de já visto, Camões? Bocage? Antero? Mas também, Florbela? Sebastião da Gama? E porque não Pessoa? São apenas lembranças, evocações de outras paragens.

A palavra corre escorreita, pacifica a emoção e desperta imagens perseverantes.

Saúdo o retorno de Maria Teodora.

carteiro disse...

Muito bonito.
As palavras baloiçam e movem-se com a naturalidade das ondas.
Ah... o Mar...

A fotografia é linda.

deep disse...

esse mar que não se sabe se começa cá dentro se no olhar...é esse das gaivotas...e vai-vem


um abraço

Nilson Barcelli disse...

Um belíssimo soneto.
Não conheço a poetisa, mas escreve bem.
A tua tia Albertina pintava muito bem. Gostei de ver o auto-retrato.
Beijinhos.

Lúcia Laborda disse...

Lindo, lindo! Mas não deixe que a mágoa lhe afaste das pessoas que ama. A vida já nos traz inúmeros problemas. Não se permita mais um.
Feliz dia do amigo!
Bom fim de semana!
Bjs

Luís disse...

Há algo no mar que me deixa assim. Cheio de esperança.

mafalda disse...

Olá Maria,
Que maravilha de ondas que se desfazem em espuma nesse mar tão azul e apetecível! Nos sítios por onde ando, o mar mais parece um lago: calminho, calminho... certamente não será assim em toda a Irlanda. De qualquer modo, estou a sentir-me muito bem nesta ilha verde e a fruir cada momento da viagem.
Relativamente ao poema da tua tia, é um regalo para a alma e ainda bem que continuas a partilhar esses tesouros connosco.
Beijos e até breve.

mixtu disse...

amar
a mar

ser gaivota, viajando por mares a amares...

abrazo europeo

bettips disse...

Fiquei fascinada, feliz. Exactamente o que gostaria de ouvir após as palavras desenganosas (de muitos antigos desenganos e alguns de ontem) que deixei no post. Sempre esperando que algo perceba alguém, ou alguém algo. São coisas da vida (diria a avó linda) e eu acredito que, por vezes, a vida tem destas rosas sem espeinhos. Acredito pouco mas acredito. Um abraço grande, daqui até ao centro, ao nariz do mapa, ou mais acima um pouco, a meio do rosto da tia Albertina. Fica bem que a gente se vê.

Teresa Durães disse...

olá

li o poema, gostei. a minha identificação com o mar é um pouco essa.

Os post antigos do Voando apaguei-os. Bom, não é a primeira vez na realidade :) Desta vez pensei que ia mesmo sair dos blogs mas acabei por voltar.

O meu romance (um que está na editora) continua num impasse. Se pagar os 200 primeiros exemplares é publicado. Entretanto experimentei outra, logo se vê.

Tenho um outro a concurso mas será mais difícil.

abraço

Manuel Nunes disse...

Querida Maria:
Agradeço a visita ao meu blogue e a leitura, sempre atenta, de "A Subida das Águas". Já lá tenho o 2º Capítulo. Espero não te desiludir.
Lamento não estar a ser um assíduo leitor daquilo que fazes neste espaço cheio de poesia, viagens e memórias. De qualquer forma, sempre que aqui venho,gosto muito do que vejo.
Um beijo,

Esvoaçante disse...

MAr de Esperança... lindo. E esperança é também o que temos, que vás ao Voo, e vejas o que te aguarda :) (nos comentários de «paráfrases, de volta).

Beijos, em voo.

Lúcia Laborda disse...

Olá! Passando pra desejar que sua semana seja cheia de grandes realizações!
Bjs.

bettips disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DE-PROPOSITO disse...

Um soneto duma autora que desconhecia.
Obrigado pela partilha.
Fica bem.
Felicidades.
Manuel

Maria disse...

Duas belezas, aqui.
O soneto, e a foto, onde mergulho, até ao fundo....

Beijinhos

Menina Marota disse...

É no mar que eu encontro a minha força, o meu alento...

É no mar, que um dia irei ficar.

Um abraço carinhoso e grata por esta imensa partilha.