sexta-feira, março 03, 2006

Mãos vazias


Hoje roubei as rosas todas dos jardins
e cheguei ao pé de ti de mãos vazias.

Eugénio de Andrade



Nada tenho para te dar, Amor.
Sou só eu, assim, despida:
despojada de presentes, de enfeites,
de sortilégios...
a querer a tua luz;
a querer a tua água.

Quero-te com tanta força
que chegam a doer-me,
cravados bem fundo, nas mãos,
os espinhos
das rosas que não te trago.

8 comentários:

Vasco Pontes disse...

Não fui confirmar... mas acho que é:
"Hoje roubei todas as rosas dos jardins"...
Será ? Será sempre um dos poemas mais bonitos de Eugénio, para mim.
Beijos, Maria

Maria Carvalhosa disse...

Para mim também, Vasco.
Beijos.

João Villalobos disse...

Esse era um dos meus poemas bandeira da adolescência. Resultava sempre com as moças ;)

Quanto à continuação, quem não corresponder ao amor da Maria como deve de ser, tem que se haver comigo (isto na blogosfera impressiona mais porque não sabem o meu tamanho :)

Anónimo disse...

"Nascemos para amar; a humanidade
Vai tarde ou cedo aos laços da ternura;
Tu és doce atractivo, ó formusura,
Que encanta, que seduz, que persuade.

Enleia-se por gosto a liberdade;
E depois que a paixão n'alma se apura,
Alguns então lhe chamam desventura,
Chamam-lhe alguns então felicidade"

Bocage in "Variedade dos Efeitos do Amor"

Anónimo disse...

"Eu não acredito em coisa nenhuma. Estar vivo - é nisso que eu acredito. Estar vivo e estar contigo. É tudo o que existe para mim, Grace. Não há mais nada, nem mais uma única coisa no raio do mundo inteiro."
Paul Auster in "A Noite do Oráculo"

Anónimo disse...

"Acontece com o Amor o mesmo que com os Espíritos: toda a gente fala deles, mas poucas pessoas os viram"
François de La Rochefoucauld

Isabel José António disse...

Belo, simples e com muita força!

Um xi,

Isabel

Maria Carvalhosa disse...

Obrigada pelos comentários, amigos.
Beijos.