The Boatman (Corot)
A meu favor
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio
algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
(Alexandre O'Neill)---------
de parafraseio... (em "Voo de Dédalo")
A meu favor...
tenho o vento que ruma para sul
olhares recheados que o tempo mantem
palavras ternas, de tom indelével;
tenho a ira e a indignação
a capacidade de se incendiar
florestas sombrias de clareiras solarengas
aqui e agora,
como ali e depois
tenho a meu favor
a teimosia persistente em não se deixar vencer
a deliberada rota de viagens em si
a cartografia dos afectos
do amor e da zanga, do riso e da raiva
dos voos e quedas,
do acto falhado transformado em ganho.
a meu favor
o favor de mim
(Esvoaçante)---------
de paráfrase em paráfrase...
A meu favor
tenho o sótão cheio de memórias
o jardim do imaginário prenhe
das aventuras que hão-de vir,
tenho mil prateleiras a abarrotar
com os livros que vou ler
e outras tantas vazias
à espera dos que vou escrever;
tenho uma barcaça
no cais da esperança
e a água mansa e queda
à espera que me faça ao mar.
A meu favor
tenho o tempo
que me resta...
Tenho o verde secreto dos teus olhos
Algumas palavras de ódio
algumas palavras de amor
O tapete que vai partir para o infinito
Esta noite ou uma noite qualquer
A meu favor
As paredes que insultam devagar
Certo refúgio acima do murmúrio
Que da vida corrente teime em vir
O barco escondido pela folhagem
O jardim onde a aventura recomeça.
(Alexandre O'Neill)---------
de parafraseio... (em "Voo de Dédalo")
A meu favor...
tenho o vento que ruma para sul
olhares recheados que o tempo mantem
palavras ternas, de tom indelével;
tenho a ira e a indignação
a capacidade de se incendiar
florestas sombrias de clareiras solarengas
aqui e agora,
como ali e depois
tenho a meu favor
a teimosia persistente em não se deixar vencer
a deliberada rota de viagens em si
a cartografia dos afectos
do amor e da zanga, do riso e da raiva
dos voos e quedas,
do acto falhado transformado em ganho.
a meu favor
o favor de mim
(Esvoaçante)---------
de paráfrase em paráfrase...
A meu favor
tenho o sótão cheio de memórias
o jardim do imaginário prenhe
das aventuras que hão-de vir,
tenho mil prateleiras a abarrotar
com os livros que vou ler
e outras tantas vazias
à espera dos que vou escrever;
tenho uma barcaça
no cais da esperança
e a água mansa e queda
à espera que me faça ao mar.
A meu favor
tenho o tempo
que me resta...
até a morte chegar
(Maria)
(Maria)
23 comentários:
"... o tempo que me resta"! que seja pleno de palavras.
Beijos
de paráfrase em paráfrase...
(...)
A meu favor
em todo o tempo que me resta...
quero viver até à morte chegar!(...)
Abraço.
De paráfrase em paráfrase...belo e comovente percurso!
A meu favor tenho três belos poemas para ler e tenho também "mil prateleiras a abarrotar
com os livros que vou ler
e outras tantas vazias
à espera dos que vou escrever". Obrigada Maria por esta partilha. Um beijo.
Apenas para que saibas que passei por aqui.
E no tempo que nos resta, venho deixar-te um beijo.
A teu favor tens ainda tudo o que já viveste e tudo o que te faz sonhar....
... o tempo que resta, será o tempo do tempo...
Beijinho, Maria
A meu favor
tenho a existência dos selos
pela qual posso influenciar a minha.
Não me saem do pensamento
os selos que nunca vi
e aqueles que estão sempre à minha frente.
E os novos, flor da vida que tenho.
A meu favor
reflectem-me as cartas que entrego
o mais puro contacto entre sombras
que, em harmonia, se iluminam.
O cheiro da tinta, folha e envelope
e da cola de cada selo
é o balsamo dos portos
que dão rumo ao céu dos sonhos.
A meu favor
e a favor dos que vierem comigo.
Belíssimo post! Gostei imenso. Beijos.
a nosso favor? :)
tranquila partilha de sensibilidades...
A meu favor tenho o tempo em que nasci, berrei esperneei e fiz alguém sorrir.
A meu favor tenho o tempo que vivi
A meu favor tenho o tempo que morri
A meu favor a luta que travei
A meu favor a morte desafiei
A meu favor recuscitei
A meu favor esta garra que ganhei
A meu favor esta alma aberta aqui
A meu favor este coração que ainda dança
A meu favor o pensamento que não se cansa
A meu favor estes dedos cheios de palavras
A meu favor estas palavras de mim a nascer
Dar à luz
completar o ciclo
e depois
a meu tempo
morrer
Lindo a tua forma de caminhar de parafrase em parafrase.
Bommmmmmmmmmm tempo este passado aqui.
A nosso favor...
Abraço-te
Isabel
A teu favor... tens o talento e a criatividade com que escreves!
Um beijo!
a meu favor
tenho as emoções vividas
preenchem constroem destroem
atiram dados ao acaso
sigo trilhos desconhecidos
Até poemas nos comentários... que mais queres, rosa-chá? Um monte de partilhas. Beijinho
A meu favor corre o tempo
que me trouxe até aqui
Corre o vento e a brida leve
em cada rima
em cada poema
que, de salto em salto,
me cobrem de assalto a solidão
aqui, no princípio do planalto...
Bjs amiga. Gostei de ver estas paráfrases e de fazer delas intertextualidades.
Bom fim de semana
Mel
www.noitedemel.blogs.sapo.pt
A meu favor
Tenho as cores da natureza
O leve sopro da brisa
Palavras que me apaixonam
Saber de alguns anos feito
Mãos estendidas ao carinho
Olhos abertos à beleza.
Bonito este encadeado de poemas. **
A meu favor
Tenho as palavras para te encontrar
Um mundo para te encantar
A meu sabor
A meu favor...?
Bem, tenho que contabilizar, mas acho que o saldo anda negativo, isto é, há mais coisas contra do que a meu favor. Ou será o contrário? Já nem sei...
Beijinhos.
A meu favor?!...
O prazer de poder ler estas magníficas palavras.
Beijinho*
A teu favor,
tens essa palavra grata
que te salta pelos poros
que incomoda de afecto
que nos puxa o mar dos olhos
que nos leva na viagem
que todos queremos fazer
que nos atinge no peito
que nos faz voltar a ler
E...
Foi das vezes que mais gostei de aqui ter vindo. A minha preferida acho que sabes qual foi, mas olha que esta...! :-)))
Deixo-te um abraço, ciente de que estou em falta (quem sabe é hoje que deixo de estar?...).
A meu favor, tenho a tua compreensão infinita. E a simpatia que nos une! :-)
Hoje vim aqui especialmente para ler o post de Fev sobre a casa da ponte (a Obra). Linda a descrição e as fotografias. Fiquei com a certeza de que lá estive, um dia...Sou do mesmo concelho.
Querida Maria
Acabei hoje uma série de 6 posts sobre a nidificação das gaivotas na ilha.
Se quiseres vai lá ver as fotos....
Beijinhos
Assim me perco do que penso...
Pelos espaços que deixo abertos,
entre as idéias que me explicam.
Pelos passos lentos,
com que venço medos mal-contidos.
Pelos entre-dias vagos,
deambulando onde velhas memórias mudam olhares,
acendem ardores antigos,
e me embargam a voz...
A meu favor,
apenas o vento, limpando a tarde.
palavras.henrique@gmail.com
Enviar um comentário