Gaivota que alegre voas
e um canto às ondas entoas
quando nelas vais poisar.
Cuidado com a densa bruma,
num mar revolto, de espuma,
podes ir e não voltar.
Tu passas rasando as águas
sem saber se existem mágoas,
se alguém tem penas ou não...
quando uma pena te cai,
com ela tudo se esvai
vendo-a perdida no chão.
Não te amargures assim tanto,
logo outra vem, entretanto
volta alegre ao teu abrigo.
Pudesse eu não ter nenhuma,
perder todas, uma a uma,
todas que trago comigo.
Somos diferentes as duas:
tu quando perdes as tuas
é de mágoa o teu sentir;
enquanto eu, silenciosa,
ando no mundo ansiosa
por ver as minhas cair.
poema da autoria de Maria Teodora - 1999
12 comentários:
fez-me lembrar um livro que li, que deve de conhecer com certeza, visto este livro ser muito conhecido. " João Capelo Gaivota".
Beijocas
olá maria, muito boa tarde. vim cá passar a tarde. sei que demorei. mas foi com toda a atenção. gostei de ler. agradeço as suas visitas. um grande beijinho.
Tão lindo Maria... Um texto que ecoa no coração de todos os que têm penas para largar. E as minhas que estão tão agarradas...
Um beijo
De penas sabemos. Gaivotas somos.
Beijinho.
Lindo este poema. Lindas as penas das gaivotas.
Pena que as nossas penas sejam tão difíceis de largar...
Beijos
Lindíssimas estas palavras.
Beijinhos*
Este magnífico poema fez-me lembrar Fernão Capelo Gaivota, de Richard Back,em que nos dá grandes lições e o quanto podemos aprender...
Boa semana
Bjs Zita
o anseio do voo, o temor da queda...
abraço
"Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de Lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar,
Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.
..."
Alexandre O´Neill
Estou de volta e encantada com este texto. Ritmicamente conseguido, rima regular e pleno de sentido.
Um abraço sentido, pela presença constante na casa que quero desabitar.
Ai és Amiga da Ana Prado? Então era pecado não te vir visitar. Cá estou gostei. è um blogue muito inteligente
Beijinho
"Pudesse eu não ter nenhuma" / "Somos diferentes as duas".
Imparável a Maria Teodora.
Para ela, estas minhas impensadas palavras:
Mas a pena com que acrescento o meu diário
Não é de gaivota, é de outra ave que me dá mais pena,
é apena' um mero evento da minha vida, uma condenação dos fados,
Que me atribuiram esta pena.
Beijo
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